há uma margem amordaçada
onde brada um tácito grito
estancado no peito
estancado no peito
retumbante e varonil
um estampido que ressoa
um estampido que ressoa
de forma subversiva
nos corações e mentes
nos corações e mentes
condicionados aos subterrâneos
d’uma liberdade qu’ainda tardia
porque plácidas são as faces ocultas
que assistem apáticas
porque plácidas são as faces ocultas
que assistem apáticas
ao delapidar de um povo
e ao postergar d’uma nação
não a placidez da tranqüilidade
e ao postergar d’uma nação
não a placidez da tranqüilidade
da omissão calculada
mas a placidez da impotência
mas a placidez da impotência
da marginalidade
da letargia
e do estado tumular
de nossas esperanças
há que se alimentar a fé
e se amamentar o sonho
masturbar-se de versos
masturbar-se de versos
e engravidar-se da poesia
que se carrega nas entranhas
que se carrega nas entranhas
e escorre nas veias
nos viadutos nas frestas
nos viadutos nas frestas
e nas esquinas do país
há que se rumar
há que se rumar
em direção à estação prometêica:
resisto e insisto!
há que sangrar o peito
resisto e insisto!
há que sangrar o peito
e romper as grades
ousar o novo
ousar o novo
carnavalizar o povo
e libertar o grito
e libertar o grito
com um instigante brado:
independentes ou mortos!
independentes ou mortos!
(José Edward, IN "Pátria Que Pariu! & Outros Poemas")
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